Temos consciência que enfrentamos ainda um panorama político
muito complicado.
Não temos assistido sinais de melhora nesse quadro. Ao contrário, estamos há quase um ano das
eleições de 2018 e parece que a situação tem ficado mais tensa e mais confusa.
O que temos assistidos é que o Congresso que deveria estar
trabalhando em encaminhar as reformas que o País tanto necessita como a da
Previdência, por exemplo, não estamos vendo progresso.
Nossos políticos estão hoje envolvidos com os conflitos decorrentes
de denúncias de corrupção, de interesse em ver a melhor posição para se
reeleger e aí por diante.
Mas no “mundo real” temos assistido fatos que nos deixam com
esperanças de ventos melhores ou, pelo menos, indicam que estamos na economia
tomando um rumo diferente da enorme confusão que verificada no meio político.
Já em julho último assistimos uma queda na taxa de desemprego
segundo os dados da Pnad Contínua divulgada pelo IBGE quando foi ressaltado que
é possível perceber a continuidade do processo de ajuste do mercado de
trabalho.
Outro dado importante foi o divulgado pela CNI quando
percebeu que a confiança do consumidor reagiu reforçando a expectativa da estabilização
da economia. Destacam que após de três meses de queda, o Índice Nacional de
Expectativa do Consumidor avançou entre julho e agosto, alcançando 101,6
pontos.
Nesse mesmo sentido a FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou
que o Índice de Confiança Empresarial (ICE) aumentou em agosto 1 ponto percentual
perante julho alcançando 81,3 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2015.
O Banco Central observando a trajetória da inflação com queda
e estabilização e até de um pequeno recuo ainda, situando-se para esse ano no
patamar de aproximadamente 3%a.a. vem reduzindo os juros da economia que hoje
já situa a SELIC (taxa básica de juros) a qual serve de referência para a economia,
está hoje em 8,25% a.a. E o mercado vem falando em juros abaixo de 7% ao ano
ainda para 2017.
Temos assistido também, um aumento do consumo das famílias que
contaram com apoio da liberação das contas do FGTS.
Outro ponto que temos de salientar para somarmos ao conjunto de
fatores mencionados acima é que está sendo considerado a “reforma trabalhista”
que sem dúvida trará a partir de sua entrada em vigência, em novembro próximo,
uma maior confiança e segurança jurídica nas relações entre empregados e
empresas, tudo isso vem gerando um ambiente positivo.
Vamos adiante na observação de fatos que representam pontos
positivos no atual momento da economia.
Segundo pesquisa do SPC Brasil e CNDL (Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas) o número de devedores caiu 0,41% em agosto na comparação
com o mesmo mês do ano passado. E constatam que esse foi o sexto mês consecutivo
que há retração no volume de inadimplentes.
Essa é uma ótima notícia!
Agora mais uma boa notícia.
O setor de transporte aéreo doméstico registrou uma alta de 3,6% em
julho e, ainda, traz a informação que foi a quinta elevação consecutiva do
indicador, segundo informações da Anac.
No acumulado informa a Anac que o setor registrou um crescimento
de 1,1% em comparação com o mesmo período do ano passado
.
Agora vamos tomar a nossa região, o Rio Grande do Sul.
Tivemos uma ótima notícia quando a General Motors informa que
retomou o terceiro turno em Gravataí (RS). Com a iniciativa, serão abertos 700
empregos diretos e a perspectivas é que mais de 1 mil postos de trabalho a
serem criados pelas empresas sistemistas que atendem a montadora. Além disso no
mês de agosto a GM divulgou um aporte de R$ 1,4 bilhão na fábrica gaúcha para introduzir um novo
modelo de veículo e desenvolver novas tecnologias e conceito de manufatura.
E, mais uma boa noticia ainda, O Rio Grande do Sul viu o PIB
do Estado crescer 2,5% no 2º trimestre deste ano. Isso foi puxado pela agropecuária que teve
papel relevante nesse fato.
Dado ao contexto que enfrentamos desde 2014 e com mais
expressão a partir de 2015 essa é uma grande notícia cuja origem é a FEE (Fundação
de Economia e Estatística do RS).
Já em outras oportunidades registramos nossa observação de
como o brasileiro é empreendedor.
Temos acompanhado o movimento das Startups e a dinâmica que esse
tipo de empresas tem nos mostrado, é digno de observação e entusiasmo em
relação ao futuro empresarial. Veja, de acordo com dados levantados pela ABS
(Associação Brasileia de Startups), até o final de 2015, o número de empresas
em desenvolvimento chegava a 4.151, contabilizando crescimento de 18,6% num
período de seis meses. E esse fenômeno ocorre em várias regiões do País com a
participação das Universidades e seus centros tecnológicos.
Mesmo considerando a complexidade de implantação de uma
empresa de alta tecnologia muitas tem demonstrado um amadurecimento promissor.
Naturalmente temos alguns setores da economia que terão sua
reação em um tempo um pouco mais adiante, mas com certeza a partir desses fatos
que mencionamos antes eles virão.
Isso tudo está acontecendo no sentido inverso do que estamos
assistindo com o nosso setor público no qual constatamos só problemas e
dificuldades e não o atendimento em nível adequado ao cidadão. Só vemos máquina
pesada, lenta, burocrática um peso para quem quer empreender.
Mas sem querer ser alienado dos nossos graves problemas no
País, principalmente no ambiente político envolvendo várias denúncias de fatos
graves, o “mundo real” parece que se deu conta que não podemos ficar esperando
que nossos congressistas resolvam os problemas que são “de seu interesse”.
O “mundo real” se deu conta necessita tocar a vida e,
naturalmente estamos de olho nas próximas eleições lá será a hora do acerto de
contas com muitos dos atuais atores da nossa política.
Resolvemos destacar os fatos acima em função de que a mídia de
maneira geral nos dá diariamente um banho de notícias graves, desanimadoras e,
pouca ênfase transmite do que vem ocorrendo em paralelo ao “mundo dos problemas”.
Assim, registro minha fé e esperança que temos sim um bom e
promissor horizonte a frente.
Porto
Alegre, 15 de setembro de 2015.
José Luiz Amaral Machado
Economista da Gerencial
Auditoria e Consultoria – Porto Alegre/RS